O luto silencioso vivenciado na prematuridade.

Você já pensou em como a prematuridade é vivenciada pelos pais e pela família? 

Quando falamos em prematuridade, a primeira imagem que nos vem à mente costuma ser a de um bebê pequenino, lutando pela vida em uma

incubadora, enquanto pais e profissionais de saúde se desdobram para garantir sua sobrevivência. 

Embora o nascimento de um filho seja um momento de celebração, quando ele acontece antes do esperado, pode trazer sentimentos de luto. 

Sim, luto. 

Não pelo bebê, mas pelas expectativas, planos e sonhos que foram alterados de forma abrupta.

A prematuridade é uma experiência intensa e desafiadora, tanto para os bebês, quanto para os pais. 

E, em meio a toda a luta pela sobrevivência, há perdas que, muitas vezes, não são reconhecidas, nem validadas.

Os planos interrompidos;

A experiência da maternidade/paternidade Idealizada;

A segurança perdida;

A quebra das expectativas.

É importante compreendermos que o luto na prematuridade não segue um padrão linear. 

Sentimentos de culpa, frustração, medo comumente fazem parte de todo o processo.

O bebê prematuro requer atenção redobrada, especialmente quanto à alimentação, imunização e proteção contra infecções.

Ver o bebê em uma incubadora, cercado de fios e monitores, desperta em muitos pais um sentimento de vulnerabilidade. 

Eles desejam proteger e cuidar, mas se deparam com a sensação de não poder segurar o bebê quando quiser ou participar de todos os cuidados.

Todas essas emoções e sensações são válidas e fazem parte de um processo natural de adaptação.

Reconhecê-las é o primeiro passo para lidar com elas. 

É essencial trazer visibilidade a este tema que, muitas vezes, permanece nas sombras e sob um silêncio que se torna ensurdecedor para quem vive o processo. 

Ter um bebê prematuro é viver um amor tão grande quanto o medo, e nesse turbilhão de emoções, é importante lembrar: vocês não estão sozinhos, e seus sentimentos merecem espaço para existir e serem cuidados.

O processo de luto na prematuridade pode ser difícil, mas também pode ser um momento para encontrar forças e reconstruir caminhos.